Na quinta-feira (24/05/2018), o dia começou com bastante cantoria, dessas vez as crianças puderam se levantar em algumas músicas para dançarem pela sala, a movimentação sempre agrada as crianças, e também fui chamada para entrar na dança por uma delas.
Depois do café, as crianças seguiram para o parque externo, como estava muito frio mais uma vez, pensei em fazer algo para as crianças se movimentarem mais, como o chão do lugar é quadriculado, me veio a cabeça de pular amarelinha, mesmo sem o desenho no chão. Quando perguntei as crianças quem gostaria de brincar de amarelinha, Pedro me perguntou "O que é amarelinha, professora?". No momento fiquei impressionada e triste pelo fato de as crianças não conhecerem essa brincadeira, porém me lembrei que elas têm apenas três anos, mesmo assim, mostrei como se pulava na brincadeira, primeiro num pé só, depois com os dois, depois num pé só novamente e assim por diante.
Quando terminamos de brincar de amarelinha, as crianças pediram para imitar bichos, e disseram que eu era um jacaré, e eu falei "Então, vou pegar todos vocês para fazer comidinha!", nesse momento as crianças correram e eu como jacaré corria atrás, foi diversão pura, apesar de eu me cansar muito mais fácil que as crianças.
Ao retornarmos para a sala, as professoras brincaram de jogo da memória com as crianças, sentamos no chão novamente e espalhamos pares de imagens de diversas frutas, algumas crianças compreenderam rapidamente a lógica do jogo, outras demoraram um pouco mais, a maioria delas conseguiram encontrar pelo menos um par de frutas, e a comemoração era gigantesca pelos acertos.
Após o almoço, as crianças foram brincar no espaço da casa da Moranguinho, lá tentei ensinar algumas a crianças a brincarem no balanço de pneu, depois das crianças saírem dos balanços, fui observar um grupinho que brincava perto de uma árvore, no tronco da plante existe um buraco antes da bifurcação, as crianças havia colocados alguns pedaços de folhas secas e pequenos galhos que haviam encontrado e disseram que estavam fazendo mingau de chocolate, bolo e suco de laranja.
É lindo de ver como a imaginação delas está vibrante nesse período e o quanto a educação infantil é importante para isso. Dou aula de teatro para crianças do ensino fundamental e é perceptível como elas passam por uma interrupção drástica na imaginação depois que ultrapassam as séries iniciais. Na escola particular em que trabalho as crianças tem pouquíssimos momentos livres, diferente das crianças que acompanhamos.
ResponderExcluirSobre a amarelinha, ainda bem que poderemos trabalhar com elas algumas dessas brincadeiras em nosso PAP. E a "marelle" vai poder fazer parte das brincadeiras delas.
Oi Thaís,
ResponderExcluirvou fazer alguns comentários sobre suas postagens da semana.
Inicio"pegando carona" nas intervenções-comentários de Vinicius: é mesmo uma beleza ver como as crianças brincam, querem se movimentar e criam, imaginam: "fazem-de-conta". É lindo ver como se divertem, como aderem às brincadeiras e é uma dureza ver como isso se perde nos anos iniciais do ensino fundamental e até na pré-escola.
Muitos estudantes da Unifesp que já estão trabalhando em escolas particulares comentam a ênfase em atividades escolarizadas em detrimento do brincar, assim como percebem a enorme liberdade de atuação dos/das professores/as.
E isso também se evidencia em suas postagens: quantas possibilidades de brincar!
Como o tempo pode ser vivido-aproveitado na escola e, por outro lado, como é enorme o "poder" do professor/a no controle de uso de tempos e espaços.
Isso é uma reflexão importante para vocês fazerem, agora e sempre - sendo professores/as.
Voltando às crianças e a como aproveitam tudo que é oferecido, tenho chamado a atenção de vocês o tempo todo para isso: a potência das crianças.
Essa disponibilidade para participar do que é proposto, para aprender, para enfrentar os desafios que as brincadeiras trazem: a vibração pela bola atirada no furo certo, pelo par de figura encontrado. Reconhecer que essa potencia se "expressa", mais ou menos, nas interações mediante o que é proposto e compreender que propor não necessariamente significa impedir-obstruir a capacidade criativa das crianças, mas potencializar sua expressão, sua expansão parece ser o grande desafio das escolas de crianças pequenas na atualidade.
Reconhecer que as crianças podem, devem protagonizar as vivências escolares é também reconhecer que os professores podem, devem INTERagir de forma que reconheça e amplie o poder das crianças.
Sobre a (in)adequação das intervenções junto as crianças, posso entender o desconforto sentido por vocês. Andei lendo todas as postagens e pensando que as vezes se instauram na escola (e se naturalizam) modos de comportamento que fazem parte dos jeitos de ser dos adultos, de seus modos de se comportar, de sua cultura. Nessas situações, parece que não há uma separação entre o que é da vida privada (é assim que se fala com familiares, amigos etc) e o que pode ser feito na instituição.
A questão é como intervir: como dizer ao adulto que determinados comportamentos (jeitos de intervir, gestos e palavras) não podem ser usados na escola? Como desautorizar algo que parece ser um modo de ser?
Da perspectiva e limites de nossa ação, como temos conversado, pouco podemos fazer exceto oferecer, dentro de nossos limites de ação, outra postura: falar em outro "tom", agir de outra forma. As crianças sentem, percebem, saõ afetadas e acredito que as professoras também.
Um passo importante é se reconhecer como educador, como profissional responsável pela educação das crianças na escola. O trabalho na escola como exercício profissional: pensado, planejado, com fins a serem atingidos etc.