Um dia, ou meio de observação. (Que pena!)

      Na quinta-feira (17/05/2018), o dia na classe do Maternal B, composta por 21 crianças sendo 7 meninas e 14 meninos, começou como o de costume, as crianças ao chegarem realizaram o que estava previsto na rotina, retiraram da mochila o copo e colocaram ao lado do filtro da sala, e a agenda para entregar à professora. Em seguida escolhem os lugares para se sentarem, após todas as crianças chegarem, as professoras sentam em sua mesa e vão conferir as agenda para ver se há algum recado das mães ou responsáveis. Durante esse período, em torno de 40 minutos as crianças ficam sem realizar nenhuma atividade, alguns conversam entre si,  alguns ficam mais quietos esboçando expressões de sono, outros tentam contar alguma novidade para mim, mas rapidamente as professoras pedem para que elas voltem aos seus lugares. 

     Após conferirem as agendas, nos minutos que sobraram antes do café da manhã, uma das professoras pediu para que realizasse a hora da história, pois estava com dor de cabeça. Me mostrou onde ficam a caixa de livros e deixou que eu escolhesse. Ao procurar entre os livros, escolhi a história "Tem bicho que sabe..." dos autores Toni & Laíse, a história do livro conta que alguns bichos sabem fazer muitas coisas, outros sabem poucas, alguns não sabem o que sabem, e então convidam o leitor à descobrir o que alguns bichos conseguem fazer, e dá exemplos como a abelha que sabe fazer mel, o tatu-bola que sabe se enrolar, as lagartixas que sabem se grudar nas paredes e assim por diante. A media que passav as páginas do livro, as crianças logo falavam de qual bicho se tratava, em uma das página havia um animal no qual não me recordava do nome, até um dos pequenos falar: "É um flamingo professora", o que deixou as professoras bastante impressionadas. Elas disseram que fiz uma boa escolha, visto que as crianças gostam bastante de animais, principalmente os meninos.

         No momento do café, apenas algumas crianças comem a merenda, algumas dizem não gostar nem de leite, nem de bolacha, e ficaram conversando e brincando, mas o tempo todo sentados. Após o café da manhã, as crianças foram brincar no parque externo, junto com outra sala de maternal. No tempo em que as crianças estavam no parque em nenhum momento as professoras participaram das brincadeiras, ficaram conversando entre si sobre assuntos da escola, observei em alguns momentos das crianças, a maioria gostam de brincar de pega-pega, outras ficam no escorregador, menos uma criança que diz ter medo de altura.

          Ao voltarem para a sala, as professoras pegaram alguns colchonetes e disseram que as crianças iriam aprender a fazerem cambalhota, uma a uma as crianças foram chamadas e foi perceptível como elas ficaram animadas com essa nova brincadeira. Ao observar, achei a atividade um pouco perigosa, pois as professoras orientaram as crianças a apoiarem a cabeça e dar impulso com as pernas para completar o giro. Não sei tecnicamente como dar uma cambalhota, mas me recordo que não se deve apoiar a cabeça e sim o início das costas no instante do giro, para não acarretar problemas no pescoço como algum tipo de torção, mas não me senti à vontade para questionar esse ponto com as professoras. Em seguida as crianças brincaram de cabra-cega, nesse momento elas se mostraram bastante livres e empolgadas por poderem correr pela sala, e ao término disseram que a brincadeira foi muito legal.

          Depois desse instante uma das professoras me pediu que eu pintasse umas caixas de ovos para uma atividade que elas realizarão na próxima semana, me deu algumas tintas e um pincel e disse que eu poderia ficar no banco perto do espaço para pintura próximo ao parque externo, para que as crianças não ficassem mexendo nas tintas e não me atrapalhassem, realizei o que elas me pediram, porém, o processo levou todo o tempo restante do dia e não pude observar quais atividades as crianças fizeram. Quando me reuni com os outros colegas residentes, comentei o quanto fiquei incomodada com essa atitude, e discutimos que as professoras poderiam ter pedido que as próprias crianças pintassem as caixas, para assim participarem do processo de criação das atividades e não recebê-las prontas.