"Copartilhando brincando comigo"

Hoje (06/06) foi o primeiro dia de aplicação do PAP e posso dizer que estávamos todos muito nervosos, alguns mais, outros menos, mas todos nervosos.
Buscando respeitar a organização do trabalho e da escola, fizemos alguns ajustes na proposta e optamos por alternar as atividades em função da utilização dos espaços e do projetor.
Acordamos que Vinicius e Ana Paula fariam a contação no primeiro dia e Thaís e eu (Nanci) começaríamos com as brincadeiras. Ambas concordamos em realizar a aplicação em dupla, falamos com as professoras formadoras que também concordaram.
Olhamos o cronograma e optamos por realizar a atividade no espaço interno, no qual as duas turmas tinham reserva de horário uma na sequência da outra, logo após o café.
Café tomado, voltamos para a sala, fizemos uma contextualização da atividade, recuperando com as crianças que estamos próximos da copa do mundo e a Luiza bem depressa disse que nós somos o time da Espanha. Perguntei se sabiam qual era o esporte que jogamos com os pés e a resposta de muitos foi "bola". Quando disse que chamamos esse jogo de futebol, alguns repetiram logo em seguida, alguns disseram que era Corinthians, outros disseram que era do Cristiano Ronaldo. Na sequência fiz algumas recomendações pensando na segurança, disse que poderiam correr mas em um espaço demarcado, pedi que ficassem atentos para não dar trombadas nos colegas porque senão seria falta. Deste modo partimos para o pátio.
Nos juntamos ao time do Egito, Thaís também fez a contextualização, reforçamos sobre a necessidade de estarem atentos, dos cuidados e partimos para o jogo.
De início, colocamos todas as crianças para jogar ao mesmo tempo (32 no total). Tivemos 5 minutos um tanto caóticos até recebermos a sugestão de que estaríamos melhores se dividíssemos em pequenos grupos.
Exatamente o que fizemos: dois times com 5 crianças cada, um gol improvisado, 5 minutos por partida e então substituíamos o grupo por outro. Seguimos assim até que todas as crianças tivessem jogado e então encerramos esta brincadeira e partimos para outra.
Apesar do suor, não tivemos lágrimas. Nenhuma criança saiu machucada, como não houve vencedor não houve também perdedor.
Todas se divertiram muito e nós também.
Na sequência, aproveitando o tempo e o espaço, partimos para a segunda brincadeira. Optamos por brincar de passei e de cobrinha, mas brincar de pular corda e cabo de guerra, terá de ficar para outra ocasião.
Logo que começamos a organizar, a professora Luzinete sugeriu que puséssemos todas sentadas e ao invés de brincar com a corda grande, brincássemos com a corda pequena e com uma criança de cada vez.
Expus a ela que gostaria de entrar no clima do projeto "copartilhando", compartilhando a brincadeira entre as crianças.
Ela concordou comigo e nos ajudou durante toda a atividade. Separamos grupos de seis crianças e a exemplo do futebol, brincávamos durante 5 minutos com um grupo e substituíamos por outro.
Na brincadeira de passei, púnhamos a corda rente ao chão e íamos suspendendo aos poucos, feito uma onda pequena que vai crescendo, crescendo, até que tivessem que passar por baixo ao invés de passar por cima.
Quando todas as crianças pularam as ondas, a onda (corda) virou uma cobra muito inquieta que tentava que se sacudia tentando pega-los.
Terminamos exaustas, mas satisfeitas pela satisfação das crianças. Ouvir coisas do tipo "hoje eu estou muito feliz" é impagável.

Comentários

  1. Oi Nanci
    Sua descrição da ansiedade compartilhada e, principalmente, da necessidade de considerar o os modos de organização da escola: como os espaços e tempos são organizados? Como fazer acontecer o que foi planejado sem perder de vista a relação do trabalho planejado para o grupo com o trabalho da escola, dos outros grupos etc. A necessidade de reorganizar o planejado considerando sua relação com fatores externos e internos ao grupo, ao (im)previsto é constante e o PAP é o momento onde isso se evidencia.
    Que bom que as crianças gostaram!
    Que bom que brincaram muito com vocês e como vocês queriam que acontecesse.
    Muito bom que os grupos puderam estar juntos e brincar, ainda que, devido aos modos de organização e usos do espaço vocês precisaram fazer grupos pequenos?
    O que as outras crianças faziam enquanto esperavam?
    A estratégia de dividir o grupo é boa, mas com crianças pequenas há sempre o perigo de transf0rmar a hora da brincadeira, de pura alegria, em um momento de "ensinar a esperar".

    Como o ensinar a "controlar-se" está muito presente nas práticas escolares - já conversamos muito sobre como as crianças são excessivamente comportadas e que "temem sair da linha"coloco para você, e também para Thais, o desafio de pensar se haveria outras formas de brincar sem dividir o grupo, se teria sido possível brincar com o grande grupo se espaços, tempos e adultos pudessem ser dispostos, organizados de outra forma.

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